terça-feira, 7 de abril de 2009

Fabio

Hoje vou falar sobre uma pessoa importante na minha vida, um rapaz que conheci no trabalho em 2005, conversávamos pouco, trabalhávamos em setores diferentes, solteiros os dois, logo começaram as brincadeiras da equipe de trabalho, “vocês podiam namorar diziam eles.
Começamos a nos falar cada vez mais, ele subia até meu setor, pedia coisas que não precisava só para puxar assunto, vivia dizendo “ai que vontade de comer um pão de queijo”, e lá ia eu comprar pão de queijo – pra todos do trabalho - e no fim do dia, quando eu estava de saída, por diversas vezes, ele me fazia voltar só pra dar um beijo de tchau, sempre num tom de brincadeira... A presença dele se tornou muito forte, passávamos a hora do almoço conversando, vagando em pensamentos, assim nos tornamos meio que “amigos”...
Um determinado dia, estava eu no meio de papeladas e afins, todo mundo concentrado, todo mundo trabalhando, e ele pergunta: “Na, o que uma pessoa tem que fazer para conquistar seu coração?” Ops... que isso?...rs, não me lembro ao certo a resposta, mas disse algo do tipo “a pessoa tem que gostar de mim do jeito que sou, tem que saber amar e se deixar ser amado”... nossa acho que estava começando a ficar estranho... a primeira vez que tive coragem de ligar pra ele, foi no dia que o pai dele fez uma cirurgia... liguei pra saber se estava tudo bem e se ele precisava de alguma coisa... enfim...
Ele esperava a namorada voltar de uma viajem, para terminarem oficialmente um namoro, que já não andava bom a algum tempo, para que eles pudessem conversar e acertar tudo pessoalmente, como de fato aconteceu nas semanas seguintes, e sem maiores preocupações, caso encerrado, tudo numa boa. E eu estava praticamente no mesmo barco tinha terminado um namoro a pouco tempo, um namoro daqueles infernais, que acabam com a gente... que suga tudo de melhor, e te deixa só o pó... mas estava livre, leve e solta....
No dia 02 de Julho de 2005, convidou-me para ir a um baile o famoso “baile do Pato”, nos divertimos, dançamos muito, com parentes e amigos, ele desistiu da carona do amigo, ficou até mais tarde para vir embora comigo e minha irmã. Nós o deixamos em sua casa... ele desceu, eu desci, conversamos, nos despedimos, “até segunda”, um beijinho no rosto e... só. Entrei no carro, minha irmã olhou pra mim e disse “não acredito que você não deu um beijo se quer nele, vai lá logo e dá um beijo nele guria”, eu desci (de novo) toda decidida, ele ficou me olhando como quem pensa “Meu Deus é agora!”, dei um abraço bem apertadão e demorado... falei tchau de novo e fui pra casa...
Dia 06 de Julho de 2005, fomos a um churrasco na casa de uma de nossas colegas de trabalho, futebol, gente alegre, ficamos próximos um do outro o tempo todo... na hora de ir, nos propomos a levar uma amiga que mora longe, até sua casa... ela nos ensinou o caminho errado, nos perdemos, mas a gente se divertiu um monte... na volta fui deixá-lo, parei o carro em frente a sua casa, ficamos conversando por um tempo, e ai sabem quando começam as indiretas... daquelas que dizem tudo e nada ao mesmo tempo... e ele nada de dizer logo o que queria, arrisquei e perguntei: “e aí o que tá rolando entre a gente”, ele ficou meio assim... (ele era meio tímido). Bem depois de tudo isso, qual a próxima atitude a tomar? “Pensa rápido Natalina”... e no meio música “ursinho de dormir”, que tocava no rádio, ás 03:06hs da manhã, do dia 07 de Julho de 2005, perguntei, “quer namorar comigo”... “sim” disse ele.
Aleluia.... hahahahaha, até que enfim. Nos beijamos, ficamos, namoramos... gente que trabalhão que deu, mas valeu a pena, sempre que estávamos juntos, me divertia muito, descobri depois que o conheci, o que era se sentir de verdade amada, sabe quando você vê aquela luz no fim do túnel (não, não é um trem). É... o amor é possível, e as vezes vem de onde menos se espera... nós costumamos brincar que “quem diria que um pão de queijo, ia render tanto hein?”
Fabio, obrigada por fazer parte da minha vida, por ser a luz que ilumina meu caminho, a mão que me apóia nos caminhos difíceis, o colo que me acolhe quando preciso de carinho, o ombro que me recebe quando as lágrimas teimam em cair, o sorriso de cavanhaque que me recebe cheio de alegria e mostra que é possível amar e ser feliz... Sei que muitas vezes eu deixo de dizer tudo que sinto por você e por isso, este espaço no blog hoje é especial.
Assim foi o início da nossa história.... (aguardem os próximos capítulos)
Fabio, Marido, Ursão, Amor...

Te amo um montão de bastante...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Minha Vida


Há algum tempo deixei de escrever neste espaço... mas deixando a preguiça de lado, vim falar um pouco sobre a minha vida...


Tenho 30 anos, mas é claro que não vou falar sobre cada um deles... vou falar sobre como tudo começou... em Maio de 1977, aconteceu um casamento na cidade de Icaraíma – interior do Paraná, dessa união entre Sebastião Inacio e Maria Mendes uma nova vida foi formada... SIM a Minha Vida... antes mesmo de iluminar o mundo com minha existência, muitas pessoas esperavam por mim, meus pais e avós... meus irmãos e irmãs aguardavam ansiosos pela chegada de um novo bebe na família...


Nesse tempo, em Icaraíma, os recursos médicos não eram tão avançados, e durante o acompanhamento do pré-natal, minha mãe às vezes apresentava uma alteração na pressão arterial, nada tão sério, até que um determinado dia... o inesperado aconteceu, minha mãe passou muito mal, sua pressão arterial estava muito alta e o inevitável aconteceu... Eclampsia.


No hospital da cidade não tinham como cuidar dela, foi então encaminhada á Umuarama, cidade “grande” que fica a 80km, para o Hospital São Paulo, sem ambulância para levá-la, meu Pai a colocou no carro, e junto com minha avó, a levaram para que tivesse um melhor atendimento médico... O pânico tomava conta deles a cada vez que minha mãe tinha uma convulsão. Meu pai tinha perdido a primeira esposa há pouco tempo, e agora parecia que tudo se repetia e enquanto ele dirigia o mais rápido que podia rezava pedindo que Deus não o fizesse passar por isso novamente...


Ao chegar no hospital, quase entrou porta adentro com carro e tudo, um funcionário apareceu para dizer que ele não podia parar ali, e a única coisa que saia de sua boca era: gente, por favor ajudem, minha mulher esta morrendo!


Ela prontamente foi atendida, permaneceu em coma durante a internação, estava no 6º mês de gestação, alto risco, tanto para a mãe quanto pra o bebê e nesse momento era preciso tomar uma decisão muito importante... era necessário fazer a indução do parto, o risco de morte para ambos era muito grande, então o médico explicou tudo a meu pai, e disse a ele que ia tentar salvar pelo menos a minha mãe.


A medicação fez efeito, o médico avisou que o Natalino ou a Natalina iria nascer e assim, eu nasci... 22 de Dezembro de 1978, as 17h30, com 1,200Kg, e 32cm. Fui direto para a incubadora e minha mãe foi encaminhada para Maringá ainda em coma, sem nem ter idéia do que tinha acontecido.


Enquanto minha mãe era tratada em um hospital de Maringá, os médicos cuidavam de mim em Umuarama, meu pai em uma dessas viagens entre as cidades, passou no hospital para me ver, e pediu que encontrassem alguém da capela. Uma irmã apareceu, ele pediu água, toalha, e disse que iria me batizar, pois ele tinha medo que eu não “vingasse”. Meu pai sempre conta essa parte da minha vida, foi um momento muito marcante na vida dele, eu tão pequenina, cheia de fios, cabia na palma da sua mão, ele jogou a água na minha cabeça: “Natalina, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!”. Ele disse que nessa hora eu virei a cabeça e olhei pra ele, meus olhos pareciam jabuticabas... e a irmã que estava junto disse: “que benção, olhe ela vai viver!”.


Minha mãe logo depois do Natal, saiu do coma e ainda achava que estava grávida, quando viu que estava sem barriga, achou que tinha perdido o bebê, então meus avós e meu pai foram explicando pra ela tudo que tinha acontecido. Quando já estava melhor voltou pra casa, tinha muita gente esperando por ela, os enteados, a família, as crianças da catequese, ela sempre fora uma pessoa muito querida de todos, e durante esses momentos difíceis que ela passou, as pessoas se reuniam e rezavam pela saúde dela e da filha.


De seqüelas do derrame, minha mãe perdeu os movimentos do lado direito, teve que aprender a se virar com o lado esquerdo, ela não conseguia nem mesmo caminhar, e eu continuava internada no hospital. Meu pai dizia a ela que quando ela caminhasse sozinha ele a levava até o hospital para me ver, pois ele achava que eu iria sair logo, então não tinha necessidade de levá-la até lá. Mas minha mãe tinha outros planos, fez um esforço tremendo e conseguiu levantar sozinha, foi até a sala caminhando... arrastava uma perna, mas pelo menos conseguia se segurar, quando a viram, todos se assustaram... ela olhou pro meu pai e disse: “agora quero ver milha filha”.


Sem opção de escolha meu pai a levou até Umuarama para me ver. Assim ela foi, meu pai de um lado, minha avó do outro a apoiando, minha irmã Lúcia colocando o sapato de volta no pé dela cada vez que ele saia, ela entrou no hospital... os funcionários vinham vê-la, pois achavam até que ela tinha morrido, ela foi até a UTI, a enfermeira me pegou no colo, e disse: “olha quem chegou, a mamãe veio até aqui só pra ver você”, minha mãe assustada porque eu tinha tantos fios, sonda no nariz, e era tão pequena. “quer pegá-la?”, minha mãe disse que não, pois não tinha firmeza nas mãos, na mesma hora, minha irmã Lucia com apenas 11 anos sentou-se numa cadeira e disse: “põe aqui, põe aqui que eu pego”.


26 dias se foram desde o dia em que nasci, até o dia que cheguei em casa, fui recebida com muita festa, com muito amor e carinho, muito paparico... Agradeço a Deus todos os dias por minha vida, pela recuperação da minha mãe, e pela união da família que tenho.